Notícias
Reforma tributária: o impacto do split payment
*Yvon Gaillard, economista e CEO da Dootax
Você já ouviu falar em split payment? O termo tem ganhado destaque nos últimos tempos devido à proposta de reforma tributária que avança no Brasil. Destinadas a modernizar e otimizar a economia do país, as mudanças na captação de impostos visam tornar o sistema tributário mais simples e eficiente, corrigindo distorções e reduzindo desigualdades. Dentro das transformações, uma das inovações é justamente o split payment, mecanismo que promete transformar a maneira como os tributos são recolhidos.
Automatização da cobrança
Isso porque ele será responsável por automatizar a cobrança dos tributos, assumindo um papel essencial para garantir o sucesso da implementação do Imposto sobre Valor Agregado, como será chamada a taxa que unifica os diversos tributos existentes em uma única cobrança. A partir do split payment, no momento da transação de compra, a parte do valor referente ao tributo será automaticamente destinada à liquidação da obrigação tributária, enquanto o fornecedor receberá o valor líquido da operação.
Dessa forma, o recurso será crucial para garantir que o imposto seja recolhido de forma automática e imediata, reduzindo significativamente as chances de evasão fiscal e práticas fraudulentas. Afinal, o sistema garante que apenas o valor efetivamente recolhido seja considerado para crédito tributário, reduzindo as discrepâncias e sonegações.
Simplificação e justiça fiscal
Podemos afirmar que a adoção do split payment surge como uma resposta às complexidades do sistema tributário atual, onde cinco impostos diferentes estão sendo unificados em apenas dois sob o regime do IVA: a Contribuição sobre Bens e Serviços, de competência federal, substituindo PIS, Cofins e IPI; e o Imposto sobre Bens e Serviços, gerido por estados e municípios, que substituirá o ICMS estadual e o ISS municipal.
Tais mudanças assumem o potencial de simplificar drasticamente o processo tributário, fazendo com que os impostos sejam cobrados somente sobre o valor adicionado em cada etapa da cadeia produtiva e já no local de consumo. Até por isso, o uso do mecanismo não apenas facilita a administração dos impostos, mas também mira a justiça fiscal, ao assegurar que todos paguem sua parte.
Preparação empresarial
Para as empresas, preparar-se desde já para as mudanças previstas com a reforma tributária é fundamental. Embora o período de transição esteja previsto entre 2026 e 2032, entender o impacto das novidades antecipadamente é crucial visando preparar a companhia para o novo cenário.
A adaptação inclui entender profundamente o funcionamento do split payment, atualizar sistemas de gestão fiscal, buscar por soluções tecnológicas preparadas para esse mecanismo e treinar equipes para operar a partir da nova premissa. As companhias que anteciparem essas mudanças poderão evitar complicações legais, assim como se beneficiar de um sistema mais justo e eficiente.
*Yvon Gaillard é cofundador e CEO da Dootax, primeira plataforma de automação fiscal do Brasil. Com mais de 15 anos de atuação no mercado, o executivo é um dos principais personagens na revolução do sistema fiscal do país. Economista formado pela FAAP e com MBA pela Business School São Paulo, liderou projetos em empresas como Gol Linhas Aéreas e Thomson Reuters.
Links Úteis
Indicadores de inflação
11/2024 | 12/2024 | 01/2025 | |
---|---|---|---|
IGP-DI | 1,18% | 0,87% | |
IGP-M | 1,30% | 0,94% | 0,27% |
INCC-DI | 0,40% | 0,50% | |
INPC (IBGE) | 0,33% | 0,48% | |
IPC (FIPE) | 1,17% | 0,34% | |
IPC (FGV) | -0,13% | 0,31% | |
IPCA (IBGE) | 0,39% | 0,52% | |
IPCA-E (IBGE) | 0,62% | 0,34% | 0,11% |
IVAR (FGV) | -0,88% | -1,28% |
Indicadores diários
Compra | Venda | |
---|---|---|
Dólar Americano/Real Brasileiro | 5.843 | 5.846 |
Euro/Real Brasileiro | 6.0459 | 6.0606 |
Atualizado em: 31/01/2025 17:58 |